GERAL

Rossoni diz que se houver provas contra ele, renuncia

03 de setembro de 2017
O secretário chefe da Casa Civil, no Paraná, deputado federal Valdir Rossoni (PSDB) reage às denúncias feitas pelo dono da Empreiteira Valor, Eduardo Lopes de Souza, em delação à Operação Quadro Negro. Rossoni é citado como o responsável pela indicação da construtora para obras de construção e reformas de escolas em vários municípios paranaenses, incluindo Bituruna. Lopes é acusado de ter recebido dinheiro para construir escolas estaduais, cujas obras não foram concluídas. As irregularidades são apuradas pela Quadro Negro e o prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 20 milhões. A informação sobre o possível aval de Rossoni à construtora foi denunciada pelo ex-diretor da Secretaria da Educação, Maurício Fanini, responsável por produzir relatórios sobre o andamento das obras contratadas junto à Valor. Em nota encaminhada à imprensa estadual, Rossoni reafirma que não há irregularidade nas obras de Bituruna. "As obras foram concluídas e estão lá para quem quiser fiscalizar". O chefe da Casa Civil vai além ao afirmar que não deve prevalecer a "palavra do bandido” e que se tiver alguma prova contra ele, renuncia ao cargo público. As investigações tiveram como pivô as obras no município. Como a Valor já prestava serviços em Bituruna, base eleitoral de Rossoni, este teria indicado a construtora para outras obras na área da educação, em outros municípios paranaenses. Por essas obras, ele teria recebido R$ 460 mil em propina. Ele nega. O prefeito de Bituruna, Claudinei Castilho disse à RSN que as escolas foram concluídas e estão funcionando normalmente. De acordo com a investigação do MP no Paraná, a fraude em Bituruna aconteceu durante a gestão de Rodrigo Rossoni (PSDB), filho de Rossoni, que era prefeito do município. O MP chegou a pedir a indisponibilidade dos bens do ex-prefeito. A investigação do Ministério Público afirma que houve direcionamento na licitação em favor da Valor Construtora na obra, cujo custo inicial seria de R$ 1,5 milhão, mas que acabou custando mais de R$ 2,3 milhões. Rodrigo Rossoni ficou à frente do Executivo de Bituruna entre agosto de 2011 e março de 2012, quando foi cassado por abuso de poder econômico durante a campanha das eleições suplementares. Além de Rossoni também são citados no depoimento o ministro da Saúde Ricardo Barros (PP); a vice-governadora Cida Borghetti (PP); o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB); e o presidente do Tribunal de Contas (TCE), Durval Amaral. E o próprio governador Beto Richa. Todos negam envolvimento.
PB Agência Web