A economia brasileira iniciou 2017 com fechamento de vagas com carteira assinada, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgadas nesta sexta-feira (3) pelo Ministério do Trabalho.
Em janeiro, as demissões superaram as contratações formais no Brasil em 40.864 vagas. Esse foi o 22º mês seguido com fechamento de empregos com carteira assinada. O último mês em que houve mais contratações do que demissões foi em março de 2015, quando foram criados 19,2 mil postos de trabalho.
Apesar de negativo, o resultado do mês passado foi menos ruim que o de janeiro de 2016 e também de 2015, quando foram fechados, respectivamente, 99.694 e 81.774 empregos com carteira assinada.
Em todo ano passado, o país fechou 1,32 milhão de vagas formais. Apesar de o número ainda ser alto, houve uma pequena melhora em relação ao ano de 2015, quando 1,54 milhão de brasileiros perderam o emprego com carteira assinada. Em doze meses até janeiro deste ano, foram fechados 1,28 milhão de empregos formais.
O resultado do início deste ano ainda é reflexo da crise econômica, que levou ao aumento do desemprego e da taxa de inadimplência. Alguns indicadores, porém, já vêm mostrando o início lento de um processo de recuperação.
Para tentar reaquecer a economia, o governo anunciou algumas medidas, entre elas a liberação do saque de contas inativas do FGTS. Além disso, o Banco Central deu início ao processo de corte da taxa Selic que, espera-se, nos próximos meses deve levar a uma redução das taxas de juros praticadas no mercado, o que tornaria o crédito mais barato e permitiria às famílias consumirem mais.
Por setores
Os números do governo revelam que a agricultura e a indústria de transformação abriram vagas em janeiro de 2017, mas também mostram que houve fechamento de empregos no comércio, na construção civil, na indústria extrativa mineral e no setor de serviços.
O setor que mais demitiu no mês passado foi o comércio, com 60.075 postos formais fechados, seguido pelos serviços (9.525 empregos perdidos). A indústria extrativa mineral, por sua vez, demitiu 59 trabalhadores.
Já a indústria de transformação abriu 17.501 vagas em janeiro deste ano, enquanto a agricultura contratou 10.663 trabalhadores. A administração pública gerou 671 empregos com carteira assinada no primeiro mês deste ano.
Números regionais
Segundo o Ministério do Trabalho, houve o registro de demissões em três das cinco regiões do país em janeiro deste ano. A região Nordeste liderou as demissões, com o fechamento de 40.803 postos formais de trabalho, seguida pelas Regiões Sudeste (-30.388 vagas) e Norte (-6.835).
Ao mesmo tempo, a região Sul abriu 24.391 empregos em janeiro, e a Região Centro-Oeste criou 12.771 vagas formais.