GERAL
O dano é irreparável, diz diretor do Museu Nacional
03 de setembro de 2018
O diretor de Preservação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, João Carlos Nara, afirmou à Agência Brasil que o incêndio causa um dano irreparável ao acervo e às pesquisas nacionais. Ele acompanha de perto o trabalho dos bombeiros no local e disse que pouco restará, após o controle das chamas.
Infelizmente a reserva técnica, que esperávamos que seria preservada, também foi atingida. Teremos de esperar o fim do trabalho dos bombeiros para verificar realmente a dimensão de tudo, afirmou o arquiteto e historiador.
De acordo com João Carlos Nara, a equipe de administração do Museu Nacional aguardava o fim do período eleitoral para iniciar as obras de preservação da infraestrutura do prédio.
É tudo muito antigo. O sistema de água e o material, tudo tem muitos anos. Havia uma trinca nas laterais. Isso é ameaça constante, disse o diretor.
Inconformado com o incêndio, João Carlos Nara lamentou que os investimentos sejam destinados a outras causas no país. Gastam milhões em outros projetos, reagiu.
Investimentos
Em junho, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou contrato de financiamento no valor de R$ 21,7 milhões para apoio à restauração e requalificação do Museu Nacional. Os recursos compõem a terceira fase do Plano de Investimento para a revitalização do Museu Nacional, num total de R$ 28,5 milhões.
O objetivo é aplicar os recursos na recuperação física do prédio histórico; a recuperação de acervos de modo a garantir mais segurança às coleções e otimizar o trabalho dos pesquisadores ; a recuperação de espaços expositivos estimulando maior atração de público e promoção de políticas educacionais vinculadas a seus acervos ; a revitalização do entorno do museu; e o fortalecimento da instituição gestora.
História
O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do Brasil. É um dos museus de ciência de referência no mundo. Foi fundado em 1818.
Inicialmente instalado no Campo de Santana, o Museu foi posteriormente transferido para o Palácio de São Cristóvão, monumento tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e situado na Quinta da Boa Vista, um dos mais importantes parques urbanos do Rio. Antes de abrigar o Museu Nacional, o Palácio de São Cristóvão foi residência das famílias real portuguesa e imperial brasileira.