Disputa na Câmara
Além de Gleisi Hoffmann, outros seis nomes já foram ventilados desde o fim do primeiro turno para ocupar a vaga de presidente da Câmara. Rodrigo Maia (DEM) deve tentar a reeleição e articula nos bastidores para garantir o posto no ano que vem. O atual presidente da Câmara, inclusive, já chamou o deputado Capitão Augusto (PR-SP) para uma conversa, na tentativa de tentar demovê-lo da ideia de lançar candidatura para o mesmo cargo. O capitão já avisou ao PR que não abre mão de disputar a presidência da Casa. Maia também terá de convencer um colega de partido que está determinado a disputar o cargo a mudar de ideia. Deputado recém-eleito, Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do MBL, disse à Gazeta do Povo que pretende disputar a vaga em 2019. Ele, inclusive, já se adiantou a possíveis contestações de adversários por causa de sua idade. Ele tem menos de 35 anos de idade, o que é pré-requisito para assumir a presidência da República o presidente da Câmara é o segundo na linha sucessória do Planalto. Kataguiri afirma que há precedente aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que, caso seja necessário, outro nome da linha sucessória assuma o Executivo. No PSL, que deve garantir a maior bancada da Câmara graças à cláusula de barreira, também já há uma articulação para ocupar a presidência da Casa. Segundo o deputado Fernando Francischini, atual líder do partido na Câmara, o PSL deve pleitear o cargo para um de seus quadros. Ele diz que o nome mais provável é o do fundador da legenda, Luciano Bivar. Mas o nome do filho do presidenciável, Eduardo Bolsonaro, impulsionado pela grande votação que recebeu dos eleitores de São Paulo, também surge como opção dentro do partido. Um terceiro nome, também do PSL, também está sendo cotado. Trata-se do deputado federal mais votado em Minas Gerais, Marcelo Alvaro Antônio.Cargo-chave
A eleição para a Presidência da Câmara ocorre sempre no início de fevereiro, logo após a posse da nova legislatura. A de 2019 deve ser uma das mais concorridas dos últimos anos, com vários candidatos. O partido com a maior bancada da Casa larga na frente na disputa por uma simples questão numérica, mas a vitória em um colégio eleitoral de 513 deputados depende de alianças. O apoio do Palácio do Planalto também ajuda, mas não é determinante. Apesar de ser o segundo da linha sucessória, atrás somente do vice-presidente da República, o presidente da Câmara ganhou papel de destaque nos últimos anos. Cabe a ele, por exemplo, autorizar a instauração de processo contra o presidente da República. Além, claro, de ser o responsável pela instalação de comissões de inquérito, indicação de uma série de cargos-chave na Casa, pela pauta do plenário, negociações nos bastidores com governo, aliados e até oposição.