GERAL
Quando a arte supera até a paralisia cerebral
20 de dezembro de 2018
João Maria Piaceski tem 28 anos, mora na localidade de Campo Novo, no Distrito da Palmeirinha, e viaja aproximadamente, 60 quilômetros todos os dias para estudar no Ceebja, em Guarapuava. É um jovem cheio de planos e alegre demais, por isso, não permite que sua vida seja contada de forma desanimada.
Do nascimento à vida adulta, João enfrentou os desafios, a descoberta de si e dos outros, a formação da personalidade, as terapias e os medos, as descobertas e alegrias de um jovem que é portador de paralisia cerebral. Mas quem acha que a deficiência o limita, está enganado.
Atualmente, João é aluno concluinte do ensino fundamental e foi na modalidade individual que ele, juntamente com a professora de Apoio à Comunicação Alternativa, Eroni Tonon Portela, desenvolveram um projeto extracurricular. A interação diária de ambos suscitou o despertar e o desejo de explorar a habilidade cognitiva e artística de João. Segundo a professora, a satisfação e a alegria dele enquanto pinta é indescritível.
Apreciamos obras de artistas como Tarsila do Amaral e Portinari, porém, optamos por explorar e fazer uma releitura da obra Francisco de Assis da artista plástica guarapuavana, Márcia Zvolinski Rodrigues, disse a professora.
Em 2019, João começará uma nova trajetória, no Colégio Ana Vanda Bassara. Lá, ele irá cursar informática. O jovem disse que sentirá saudades do Ceebja. Ele lembra com carinho e gratidão do esforço da família, de todos os professores e agentes educacionais que passaram pela sua caminhada, inclusive da APAE e SESC.
De acordo com a professora Eroni, a deficiência é uma característica do corpo, uma permanência, não é uma patologia estranha ao indivíduo.
A partir do momento em que se adquire uma deficiência, ela modifica e se integra ao estado da pessoa, não é algo que possa ser curado, ou seja, a pessoa com deficiência não é doente, ela apenas está em uma nova condição física, sensorial e/ou intelectual.
Segundo a professora, o Ceebja propicia uma inclusão benéfica para o crescimento social e educacional aos alunos portadores de deficiência, onde se constrói novas formas de trabalhar, a partir das singularidades dos sujeitos.
Agradecemos a diretora, Cláudia Marcelino, que tão logo tomou conhecimento do projeto, se fez presente nos dando todo o suporte.