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Fiz metáfora com ideologia de gênero, justifica Damares após dizer que “Menino veste azul e menina veste rosa”

04 de janeiro de 2019
“Menino veste azul e menina veste rosa”, diz a ministra Damares Alves em um vídeo que viralizou na internet nesta quinta-feira (3). Ela foi nomeada para a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro. A gravação teria sido feita após a cerimônia de posse, na quarta (2). Ao dizer que o Brasil vive uma “nova era”, ela é aplaudida. Nesta tarde, Damares reagiu ao vídeo e disse que seu objetivo, foi, de fato, fazer uma declaração contra o que chama de “ideologia de gênero” – referindo-se à sexualidade de crianças. “Fiz uma metáfora contra a ideologia de gênero, mas meninos e meninas podem vestir azul, rosa, colorido, enfim, da forma que se sentirem melhores.” As imagens foram divulgadas um dia após Bolsonaro retirar das competências da pasta de Damares uma referência à população LGBT e causou críticas nas redes sociais. Durante a posse, ela afirmou que “a comunidade LGBT continua com a estrutura que tinha no ministério” anterior. “Vamos lutar pelo combate a todos os tipos de preconceitos.” Nova era no Brasil No momento da gravação das imagens, a ministra estava recebendo um grupo de apoiadores em uma das salas da sede da pasta. Ela pede atenção do grupo que a acompanha e pronuncia a frase. Após aplausos e gritos de apoio, a Damares Alves repete: “Atenção, atenção. É uma nova era no Brasil. Menino veste azul e menina veste rosa”. Além de ser compartilhado nas redes sociais, o vídeo foi divulgado em uma página do Twitter que se intitula apoiadora da ministra. Em discurso feito durante a posse, Damares reafirmou que pretende acabar com o “abuso da doutrinação ideológica de crianças e adolescentes no Brasil” e que “a revolução está apenas começando”. Terrivelmente cristã Em quase uma hora de discurso, Damares – que é pastora evangélica – fez referências à Bíblia e avisou: “O Estado é laico, mas esta ministra é terrivelmente cristã“. Entre outros temas, ela disse que “a brincadeira acabou” para pedófilos, que os índices de feminicídio são uma “vergonha” e, em referência ao aborto, disse que a pasta será o “ministério da vida”.
PB Agência Web