Morreu, neste dia 23 de maio, aos 86 anos de idade, em Tirol, na Itália, o padre Karl Mayr. Padre Carlos, como era carinhosamente chamado no Brasil, trabalhou por vários anos na diocese de Guarapuava. Ele era italiano de ascendência alemã. O sacerdote nasceu em Cortaccia, Região do Tirol, na parte que pertence à Itália, quase na divisa com a Áustria. O religioso pertencia à congregação Movimento dos Focolares (Focolarinos) e dedicou grande parte de sua vida sacerdotal desenvolvendo trabalhos missionários no Brasil, país que adotou como sua verdadeira casa.
Por vários anos, ele trabalhou como pároco nas paróquias Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Palmital, ajudou na fundação da paróquia Santo Antônio de Pádua, em Mato Rico (onde foi pároco), função esta que também desempenhou na Catedral Nossa Senhora de Belém.
Assim que ficaram sabendo da morte do padre, muitas pessoas do clero de Guarapuava e das cidades por onde o sacerdote passou, expressaram suas condolências e relembraram o grande trabalho desenvolvido por ele ao longo do tempo em que esteve no Brasil.
Moradores relembram que a casa paroquial de Palmital foi construída por sua iniciativa. Padre Carlos, segundo os paroquianos, angariou donativos de países estrangeiros, principalmente da Itália, para que a obra fosse levada adiante.
Segundo o pároco de Cantagalo, padre Acácio Evêncio de Oliveira, o sacerdote italiano teve grande influência em seu discernimento e acompanhamento vocacional. “No início dos meus estudos, padre Carlos me motivou muito no discernimento e acompanhamento vocacional. Ajudou-me na trajetória formativa nos seminários de Londrina e Ponta Grossa. Foi pároco fundador em Mato Rico, Palmital e na Catedral Nossa Senhora de Belém”, destacou padre Acácio.
Padre José de Paulo Bessa relembrou seu convívio com padre Carlos e sublinhou que ele foi figura muito importante em seu discernimento e decisão pela vida sacerdotal. “Em novembro de 1974, padre Carlos passou em Manoel Ribas, lugar onde eu morava e me levou para conhecer o Seminário Arquidiocesano Paulo VI, em Londrina. Entrei no ano seguinte e deu no que deu, ou seja, me tornei padre. Ele trabalhou muito pelas vocações e pela Igreja. Eu o visitei algumas vezes no Sul Tirol. Nossos agradecimentos e orações. Descanse em Paz!”, discorreu padre Bessa.
Em nota, o padre Antônio Aílson Aurélio, que pertence à diocese de Guarapuava e que atua em Roma, Itália, como Oficial da Congregação para os Bispos no Vaticano, manifestou suas condolências pela morte do sacerdote e destacou que ele foi muito importante em seu “despertar vocacional”. “Padre Carlos foi muito importante na minha vida e no meu despertar vocacional. Quando ele estava em Palmital, através de nossas conversas, fez com que eu entendesse mais sobre a caminhada da Igreja e, com isso, meu interesse pelo sacerdócio foi crescendo. Tempos depois, me tornei padre. E eu o agradeço muito por tudo isso. Deixo aqui minhas condolências e meus sentimentos”, destacou padre Aílson que acompanhou o funeral do sacerdote.
Dom Antônio Wagner da Silva, bispo da diocese de Guarapuava, expressou seus sentimentos pela morte de padre Carlos e destacou a grande contribuição que ele deu para a diocese de Guarapuava e para a Igreja do Brasil e do mundo. “Neste momento muito duro para todos nós, quando da páscoa do padre Carlos, eu deixo aqui minhas orações e meu agradecimento por tudo o que ele fez em favor da Igreja. Padre Carlos viveu o ‘ser missionário’ em todos os sentidos. As lembranças de seus feitos ficarão para sempre em nossas mentes e corações. Em nome da diocese de Guarapuava, reforço aqui minhas condolências aos familiares, amigos e tantas pessoas que, certamente, estão sofrendo com esta passagem, mas que faz parte dos planos de Deus e, por isso, precisamos entender e aceitar”, grifou Dom Wagner.
SOBRE O SACERDOTE
Padre Karl Mayr nasceu em 04 de novembro de 1932 em Cortaccia Kurtatsch e foi ordenado sacerdote em 23 de março de 1958 em Bolzano/Gries. Entre 1958 e 1963, trabalhou como cooperador em Neumarkt. De 1963 a 1964, Mayr foi assistente diocesano da KVW e até 1968 presidentes de jornada em Meran. De 1968 a 1998, trabalhou como missionário no Brasil. Em 1999, ele foi para St. Andrä como administrador paroquial. No mesmo ano tornou-se pastor em Stilfes, permanecendo no cargo até 2002, quando também atuava como sacerdote Mauls. Em 2004, Mayr foi libertado de sua missão como pastor e padre fidei donum. Ele passou os últimos anos no seminário em Bressanone.