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Odebrecht pagou propina até para índios, diz delator

16 de abril de 2017
Para proteger os interesses da Odebrecht, os dirigentes pagavam propina não só para políticos e funcionários públicos. O ex-executivo da área de energia da empresa, Henrique Serrano Valladares, contou em delação que distribuía dinheiro até para índios. Segundo ele, sob o codinome "Tribo", lideranças indígenas receberam depósitos em conta corrente em pagamentos vinculados ao Projeto Madeira, um projeto de drenagem de sedimentos do fundo do Rio Madeira, no Amazonas. "Tribo. Esse cara se tornou até meu amigo, tenho até um cocar lá em casa. O chefe da tribo lá é o Antenor Karitário", relatou. "Pagava para ele 5.000 reais por mês, depositado na conta da esposa. E mais 2.000 reais para o Orlando que deve ser outro cacique lá da tribo", explicou Henrique Serrano. "E mais 2.000 para a Associação dos Povos Karetarianos. E mais 1.500 reais para pequenas associações dos mesmos. Isso aqui é para eles distribuírem entre os índios", continuou. A planilha de pagamentos entregue por Valadares à Lava Jato aponta uma série de pagamentos ao codinome "Tribo". Os primeiros valores teriam sido entregues em janeiro de 2011. Os últimos pagamentos registrados, de acordo com a planilha, são de março de 2012. Segundo Valadares, as fraudes dos serviços do Projeto Madeira serviram de atalho para arrecadar milhões de euros e injetar recursos no departamento da propina da Odebrecht, que passava dificuldades por conta de tanto saque. Segundo o ex-executivo, Marcelo Odebrecht havia dado a ordem para que cada gestor das grandes obras lideradas pela companhia dessem um jeito de arrecadar recursos para as contas de caixa 2, tudo da forma mais discreta possível.
PB Agência Web