Encerrou ontem dia 10 de setembro o vazio sanitário da soja no Paraná. A estratégia de ficar 90 dias sem plantar é utilizada durante a entressafra para o manejo do fungo causador da ferrugem-asiática. No período, também se reduz a aplicação de fungicidas nas áreas de plantio. A doença, presente em todas as regiões produtoras do Brasil, causa a desfolha precoce, que prejudica a formação e enchimento dos grãos, reduzindo a produtividade. Com o fim do vazio sanitário, a semeadura da soja para safra de verão 2019/2020 poderá ser feita até o dia 31 de dezembro. Porém, Engenheiros Agrônomos adiantam que o plantio só poderá ocorrer a partir do dia 11 após chuva, porque o solo tem que estar úmido para receber as sementes do grão.
O plantio da soja que será iniciado nos próximos dias deverá ocorrer em torno de 5,9 milhões de hectares, com aumento de 30 mil hectares da área plantada na safra anterior. As informações são do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). De forma geral, segundo o Deral, a estimativa da safra de grãos 2019/2020 é de 23,3 milhões de toneladas – volume 18% maior ante a safra anterior. O plantio será feito em 336 mil hectares.
Eduardo Martins Portelinha, Engenheiro Agrônomo e fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), conta que as fiscalizações terminam no dia 10 de setembro e ressalta a importância do vazio sanitário. “No período do vazio sanitário, diminui-se consideravelmente a quantidade do patógeno, pois o agente causal da doença necessita de plantas vivas de soja para multiplicar-se. As primeiras ocorrências da doença virão mais tarde, postergando a aplicação de fungicidas, o que gera também economia para os produtores”, explica Portelinha.
O Engenheiro Agrônomo, também Conselheiro do Crea-PR, aponta ainda que a ferrugem-asiática compromete a fotossíntese nas plantas. “Acaba incidindo sobre as folhas da soja e resulta na menor produção de grãos.” O prazo para a semeadura da soja termina em 31 de dezembro. A partir do primeiro dia de janeiro de 2020, os fiscais da Adapar retomam a fiscalização.
Incremento na produção
O Engenheiro Agrônomo Orley Jair Lopes, gerente regional da Emater de Francisco Beltrão e Conselheiro do Crea-PR, relata que há expectativa de crescimento da área de cultivo da soja na região Sudoeste. “A previsão é que a área de cultivo aumente em 10%. A produtividade deve crescer no mínimo 5%, em função de práticas inovadoras, novas técnicas e variedades de sementes”, contextualiza Orley.
O gerente da Emater alerta para possíveis ocorrências de frio intenso nos próximos meses. “Como tivemos um inverno ameno, pode haver variações de temperatura. É importante que as áreas estejam preparadas, com a devida correção de solo e fertilidade”, aconselha Orley, destacando o papel dos Engenheiros Agrônomos na transferência de tecnologia e técnicas adequadas para o manejo correto do solo e da produção.
No Estado
De acordo com o Deral, a soja é responsável por 91% da área plantada no Paraná e 82% da produção total de grãos de verão. Dos 6 milhões de hectares previstos para a primeira safra, 5,5 milhões são para cultura. As estimativas contam com um cenário positivo, sem a seca, que em 2018 reduziu a cultura de soja em 3 milhões de toneladas.
Fonte: Crea/PR. Crédito da foto – Agência de Notícias do Paraná.