Nos últimos oito anos, o número de cooperativas agro cresceu 4%, totalizando 1.613 cooperativas até 2018, segundo dados da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). São mais de 1 milhão de associados e quase 210 mil pessoas empregadas no setor.
Recentemente, a Revista Forbes Brasil elegeu as 50 maiores empresas do agronegócio brasileiro. E a surpresa da lista foi o número expressivo de cooperativas agro que faturam bilhões de reais e movimentam o campo e, principalmente, a economia do País.
Apresentamos quem são essas gigantes com um breve resumo de suas áreas de atuação, produção e resultados. São 15 cooperativas agro entre as 50 maiores empresas do agronegócio brasileiro, segundo a Forbes. Conheça quais são a seguir.
Com sede em São Paulo, atualmente a Copersucar tem receitas líquida na casa dos R$ 28,6 bilhões. Na última safra foram comercializados 4,5 milhões de toneladas de açúcar (sendo 1,6 milhão no mercado interno e 2,9 milhões enviados para o exterior) e 4,3 bilhões de litros de etanol (com a maior parte, 3,6 bilhões, permanecendo no Brasil).
A Cooperativa que iniciou suas atividades em 1959, consolidou sua imagem em 1979 de forma global, quanto teve uma equipe na Fórmula 1. A Copersucar Fittipaldi, foi uma parceria com os irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi Jr.
Atualmente a cooperativa é a maior exportadora brasileira de açúcar e a maior plataforma global de biocombustíveis.
Hoje, a Coamo é responsável por cerca de 17% da safra paranaense e, 3,2% da produção nacional de grãos. Só em 2018, a cooperativa recebeu 7,20 milhões de toneladas de produtos entre soja, milho, trigo, café, e algodão em pluma.
A cooperativa fundada em 1970, em Campo Mourão (PR), também tem grande protagonismo no mercado internacional e no último ano atingiu recordes de produtos exportados. Foram 4,58 milhões de toneladas de comercializadas. Tal marca garante a Coamo a maior exportadora do Estado do Paraná e uma das maiores do Brasil com receitas globais de R$ 14,80 bilhões.
A Cooperativa Central Aurora Alimentos tem sua logomarca estampada no uniforme da Associação Chapecoense de Futebol, clube da primeira divisão do futebol brasileiro. A estratégia foi colocar em evidência a cidade de Chapecó (SC), onde fica a sede da empresa.
A empresa fundada em 1969, cresceu e, hoje, é a considerada o terceiro maior conglomerado industrial do setor de carnes, atingindo a receita operacional bruta de R$ 8,9 bilhões.
Esse resultado foi proveniente das atividades ligadas à produção e comercialização de carnes suínas, aves, lácteos, massas, vegetais e suplementos para nutrição animal.
Pouco mais de 50 anos após a sua fundação, a Lar Cooperativa, se tornou a terceira maior cooperativa do Paraná. Com sede em Medianeira (PR), a cooperativa conta com um portfólio formado com cerca de 300 produtos diferentes, entre enlatados, congelados, cortes de frango e os grãos.
A maior parte do faturamento vem justamente do setor de carnes e grãos. Em 2018, a cooperativa superou os desafios e cresceu 26% em relação a 2017, chegando ao faturamento de R$ 6,38 bilhões.
A Cocamar surgiu como Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá no início dos anos 1960, quando menos de 50 pequenos produtores de café decidiram se organizar para otimizar a produção. Em poucos anos, a empresa passou a diversificar seus negócios (começando pelo algodão) e adotou a sigla como nome.
Hoje, a cooperativa tem mais de 60 unidades operacionais em três estados (Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul) e produz de soja a laranja, além de uma linha de produtos que inclui ketchup e bebidas. Em 2018, faturou R$ 4,5 bilhões – e o objetivo para 2020 é chegar aos R$ 6 bilhões.
A Cooperativa Agroindustrial Consolata tornou-se uma das maiores exportadoras de frango do País e um dos principais players na área de piscicultura na América do Sul. Com linha de produtos próprios e uma rede de supermercados, a Copacol abrange desde a produção de grãos até suinocultura.
A cooperativa, que em 2018 completou 55 anos, com sede na cidade de Cafelândia, região Oeste do Paraná, abate anualmente mais de 143 milhões de aves, 40,9 milhões de peixes e 351,5 mil suínos. Além disso, produziu 11,1 milhões de litros de leite. Tal produção rendeu R$ 3,8 bilhões de faturamento.
Criada em 1932 como uma cooperativa de crédito agrícola, a Cooxupé (nome dado quando foi “abraçada” pelos cafeicultores de Guaxupé, em 1957) é uma das mais tradicionais do País. Hoje é uma das gigantes do ramo no Brasil com receita na ordem de R$ 3,79 bilhões.
Recebe café produzido nos mais de 200 municípios de sua área de ação, entre o sul de Minas Gerais e o Vale do Rio Pardo, em São Paulo. Com 14,5 mil associados (95% deles de agricultura familiar) e mais de 2.000 funcionários, a Cooxupé tem torrefação própria, fábrica de rações e laboratórios para análise de folhas e solos e geoprocessamento.
Com mais de 60 filiais, apoio técnico e estruturas para o atendimento das mais diversas culturas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, a Coopercitrus conta com uma carteira de associados de mais de 35 mil agropecuaristas. São produtores de diversas culturas como café, cana, citros, soja, milho, pecuária e hortifrúti.
A cooperativa que nasceu no interior de São Paulo em meados dos anos 1970, apostou em gestão e organização financeira nos últimos anos para se tornar a maior do país em insumos e máquinas. Em 2018 a cooperativa encerrou o ano com uma receita liquida de R$ 3,6 bilhões.
Quase um terço do malte das cervejas no País é fornecido pela Associação de produtores de Guarapuava, a Agrária. A cooperativa, atualmente com 630 produtores participantes, está localizada no distrito de Entre Rios, em Guarapuava (PR), onde estão as plantações, as três unidades de processamento de grãos e também seu sistema de armazenamento de 1,26 milhão de toneladas de cereais.
A cooperativa, que ultrapassou em 2018 os R$ 3,5 bilhões pela primeira vez na história, além da produção de malte, também desenvolve farinhas de trigo industriais para atender a indústria de biscoitos, massas e pães. A nutrição animal também é um dos focos da Agrária.
A Castrolanda está inserida nos mercados de carnes, leite, batata, feijão e sementes, com unidades industriais nos segmentos de carnes, leite e batata. Com sede em Castro (PR), a cooperativa fornece carne industrializada e in natura para grandes redes de lanchonetes do país, como Outback, McDonald’s, Madero e Applebee’s.
Fundada em 1951 por imigrantes holandeses, atualmente a cooperativa conta com 961 cooperados e 3.216 colaboradores. Em 2018 teve faturamento de R$ 3,38 bilhões, um crescimento de 16%, comparado a 2017.
Criada em 1967 como CooperChapecó, a cooperativa catarinense tinha como objetivo resolver os problemas de venda e escoamento da produção de grãos e suínos de pequenos e médios produtores.
Hoje, já sob o nome de CooperAlfa, a cooperativa – com quase 20 mil associados – tem diversos segmentos de atuação: fomento e comercialização da produção agropecuária de seus associados (com milho, soja, trigo, feijão, suinocultura, avicultura e leite).
Além disso, produz sementes, rações e suplementos e possui ainda rede com 60 supermercados, 88 lojas agropecuárias e dois postos de combustíveis. Em 2018, o faturamento foi de R$ 3,3 bilhões.
A Integrada é uma das mais jovens no tradicional grupo de cooperativas agro brasileiras. Tem pouco mais de 22 anos de história, mas já tem tamanho de gente grande: é uma das mais atuantes cooperativas do Sul e Sudeste do país.
Com quase 80 unidades no Paraná e em São Paulo, seu ponto forte é a comercialização de grãos, em especial soja, milho, trigo e café. Além disso, realiza o cultivo de laranja e insumos.
Em 2018, em meio à crise, a Integrada registrou um crescimento de 24%, com faturamento de R$ 3,3 bilhões. Agora a meta da cooperativa é chegar em 2020 com faturamento de R$ 4 bilhões.
A Frimesa, hoje uma das 300 maiores empresas do Brasil e a quarta maior em abate de suínos, nasceu como uma cooperativa, no oeste do Paraná, em 1977.
Em 2017, iniciou a construção de um frigorífico, com capacidade de abater 15 mil cabeças de suíno por dia. O objetivo da empresa até 2030 é ser a maior planta frigorífica de suínos do Brasil.
Em 2018, a cooperativa teve receita de R$ 2,83 bilhões. Para 2019 o plano é superar os desafios do mercado e crescer 20% nos volumes de produção e 18% no faturamento, atingindo R$ 3,47 bilhões.
Talvez o nome Frísia não chame muito sua atenção, mas basta voltar um pouco em sua nonagenária história para você descobrir que ela é velha conhecida.
A cooperativa atendia até 2015 pelo nome de Batavo, sua mais tradicional marca, vendida em etapas para a Perdigão, hoje parte do conglomerado BRF.
A cooperativa mais antiga do Paraná, criada em 1925, se espalhou: são 20 unidades incluindo a matriz em Carambeí, além de uma filial em Tocantins. São 836 cooperados e mais de mil colaboradores. Todos os negócios garantiram a marca de R$ 2,4 bilhões de faturamento no ano passado.
A Capal Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 1960 na cidade de Arapoti (PR) – onde até hoje fica sua sede – para o estabelecimento de uma indústria leiteira a partir da criação do gado holandês.
As atividades produtivas nestes 58 anos estenderam-se para outros segmentos do agronegócio. Seus limites também foram ampliados, chegando até São Paulo.
A Capal está inserida na agricultura com a plantação e o processamento de soja, milho, trigo e feijão. Na pecuária, a tradição se manteve na indústria de laticínios, mas foi acompanhada com o desenvolvimento da suinocultura. Em 2018, teve faturamento de R$ 1,4 bilhão.
Fonte: Bruno Santos do Portal Coonecta