É difícil encontrar alguém que nunca tenha passado por uma saia justa ou mesmo uma insegurança por não saber como agir ou se dirigir a uma pessoa com deficiência (física, auditiva, visual ou intelectual), para não fazê-la se sentir incapaz, menosprezada ou diminuída por sua condição. Se queremos que a inclusão se mantenha e seja ativa, o primeiro passo é repensar as nossas atitudes. E um bom começo para isso é ser respeitando os direitos reservados a elas: como não usar banheiros e outros espaços destinados, como vagas de estacionamento, assentos especiais em ônibus, trens e metrôs. E existem muitas outras formas de facilitar e garantir a sua inclusão. Confira alguns exemplos:
Pessoas com deficiência física
• Evite falar com ela de pé. Para conversar por mais tempo com uma pessoa que usa cadeira de rodas, lembre-se de se sentar, para que o diálogo se mantenha no mesmo nível.
• A cadeira de rodas, bem como bengalas e muletas, é quase uma extensão do seu corpo. Logo, evite se apoiar na cadeira de rodas e mantenha os acessórios sempre próximos a ela.
• Se achar que ela está com dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceita, pergunte como deve proceder. As pessoas têm suas técnicas individuais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa inadequada pode até atrapalhar. Pergunte e saberá como agir, e não se ofenda se o auxílio for recusado.
Pessoas com deficiência visual
• O primeiro ponto a saber é que, nem sempre, as pessoas com deficiência visual precisam de ajuda. Se encontrar alguém que pareça estar com dificuldade, identifique-se, faça-a perceber que você está falando com ela e ofereça auxílio.
• Nunca ajude sem perguntar como fazê-lo. Caso seu auxílio como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando.
• Ao explicar direções, seja o mais claro e específico possível; de preferência, indique as distâncias em metros (“uns 20 metros à nossa frente”, por exemplo). Quando for afastar-se, avise sempre.
• Não se deve brincar com um cão-guia, pois ele tem a responsabilidade de guiar o dono que não enxerga e não deve ser distraído dessa função.
• As pessoas cegas ou com visão subnormal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração dispensados aos demais.
Pessoas com paralisia cerebral
• A paralisia cerebral é fruto de uma lesão cerebral, ocasionada antes, durante ou após o nascimento, causando desordem sobre o controle dos músculos do corpo.
• Quando encontrar alguém com paralisia cerebral, lembre-se que ela tem necessidades específicas. Pode ter dificuldades para andar, fazer movimentos involuntários com pernas e braços. Portanto, não se intimide, trate-a com naturalidade e respeite o seu ritmo, porque, em geral, elas têm movimentos mais lentos.
• Tenha paciência ao ouvi-la, pois a maioria tem dificuldades na fala. Há pessoas que confundem essa questão e o ritmo lento com deficiência intelectual.
Pessoas com deficiência auditiva
• Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Algumas fazem a leitura labial, outras não.
• Ao falar com uma pessoa surda, acene para ela ou toque levemente em seu braço, para que ela volte a atenção para você. Posicione-se de frente para ela, deixando a boca visível de forma a possibilitar a leitura labial. Evite fazer gestos bruscos ou segurar objetos em frente à boca. Fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas sem exagero.
• Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual. Se você desviar o olhar, a pessoa pode achar que a conversa terminou.
• Nem sempre, a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, peça para que repita. Geralmente, elas não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas.
Pessoas com deficiência intelectual
• Em primeiro lugar, aja naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual.
• Não a ignore. Cumprimente e despeça-se dela normalmente, como faria com qualquer um.
• Dê-lhe atenção, converse normalmente e verá como pode ser prazeroso.
• Não superproteja a pessoa com deficiência intelectual. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo que puder. Ajude apenas quando for necessário.
• Não subestime a sua inteligência. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.
• Se acaso presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça-se imediatamente para auxiliá-la, mas nunca aja sem antes perguntar se e como deve ajudar.