GERAL

4 mil famílias de Guarapuava e Pinhão receberam doação de alimentos do MST

31 de maio de 2020

Cerca de 4 mil famílias de bairros carentes de Guarapuava e Pinhão, centro-sul do Paraná, receberam alimentos doados por agricultores acampados, assentados e posseiros da região, ao longo deste sábado (30). Ao todo, foram distribuídos 51,85 toneladas, doadas por 15 acampamentos e 10 assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de 4 comunidades de posseiros. A ação é em solidariedade às famílias urbanas que já enfrentam a falta de comida neste período de pandemia do novo coronavírus. 

“Nesses tempos de pandemia, essa doação é uma benção de Deus. Vocês do MST estão de parabéns. Veio numa hora muito boa pra nós”, resumiu Hamilton Ramos, morador do bairro Jardim das Américas, de Guarapuava, ao receber o kit com aproximadamente 13 quilos de alimentos. 

Em Guarapuava, a distribuição dos alimentos ocorreu nos bairros Xarquinho, Residencial 2000, Jardim das Américas e Paz e Bem. Ali, a entrega contou com a mobilização da Igreja Católica local, com a presença do secretário-executivo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – Regional Sul 2, Padre Valdecir Badzinski, e do Padre Sebastião José Goulart, coordenador da Ação Evangelizadora da Diocese de Guarapuava, que fizeram a benção dos alimentos. Em Pinhão, os alimentos foram distribuídos nos bairros Colina Verde, Ouro Verde e Invernadinha. 

Cleide de Oliveira Gonçalves, do assentamento Nova Geração, de Guarapuava, participou de perto da organização dos kits que foram destinados às famílias da cidade. “A gente fica até emocionada de falar. Um dia a gente recebeu também assim, hoje nós temos pra doar pra quem precisa. É uma alegria muito grande”. 

A diversidade de alimentos chegou a 53 itens, entre os produtos doados estão feijão, arroz, quirera, fubá, farinha de milho, pinhão, erva-mate, batata-doce, mandioca, moranga, abóbora, derivados de leite, hortaliças, batata, limão, laranja, banana, sabão caseiro. 

O agrônomo Jairo Macedo trabalha na Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) e acompanha as comunidades rurais da região há 30 anos, avalia que a ação deste sábado “é uma pequena amostra” do que pode ser o resultado da efetivação da reforma agrária. “É muito gratificante ver os assentados e os acampados que já estão produzindo para si e para poder doar a outras pessoas nesse momento de crise, de fome pela pandemia. Estão aqui dentro dos bairros carentes da nossa cidade mostrando pra população como é ter um pedaço de terra, ser um assentado, estar na reforma agrária”, relata. 

Nelson Preto, morador do assentamento Nova Geração e integrante da direção do MST na região, conta que foram cerca de 20 dias para mobilizar e organizar a arrecadação dos alimentos. A entrega nos bairros urbanos ao longo deste sábado reformou a necessidade da iniciativa: “Não é só no nordeste que tem gente que possa fome, não é só São Paulo. Aqui nós visitamos os bairros e as comunidades de Guarapuava onde estão a fome, a miséria, o desemprego, não tem ajuda municipal ou estadual. 

Dados do Ministério da Economia revelam que em março e abril 969 empregos com carteira assinada foram extintos na cidade de Guarapuava. A cidade tem 27 casos da covid-19, enquanto Pinhão tem 2 casos. Nenhum dos municípios registra óbitos em decorrência da doença.

Informação - Assessoria MST

PB Agência Web