Inflação alta significa aumento nos preços. Isso é bem fácil de entender. Porém, o assunto complica quando o noticiário econômico começa a falar em taxa Selic, IPCA e IGP-M. Você conhece o significado dessas siglas?
Todas elas estão relacionadas, de alguma maneira, ao custo de vida. Mas claro que há diferenças entre um índice e outro. É disso que trata o artigo de hoje.
A seguir, vamos explicar como são calculados os indicadores da inflação, quais são os impactos no seu dia a dia e como é possível manter o poder de compra mesmo durante a crise. Boa leitura!
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) e funciona como instrumento de controle da inflação.
Basicamente, os membros do Copom analisam o comportamento do mercado e deliberam sobre os rumos da economia no país. A partir dessa avaliação, eles atualizam a taxa Selic a cada 45 dias.
As mudanças têm impacto imediato na vida da população. Por exemplo, se os juros estiverem altos, uma aplicação financeira atrelada à Selic vai render mais. Ou seja: os investidores saem ganhando.
Só que há aspectos negativos, também. A alta da Selic dificulta o acesso a crédito, então as compras a prazo diminuem. Já o custo de produtos e serviços pode subir. Todos esses fatores acabam desacelerando o consumo, o que é bastante ruim para a economia.
Portanto, o Banco Central atua para manter a taxa Selic o mais perto possível da meta de inflação. Uma estratégia da instituição para interferir no mercado é comprar e vender títulos federais. Assim, dá para controlar a liquidez do sistema bancário, evitando que os juros fiquem muito acima ou muito abaixo do estipulado pelo Copom.
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Quando falamos em IPCA e IGP-M, estamos nos referindo a indicadores de preços. Em outras palavras, são recursos usados para calcular a inflação de um período.
O IPCA é o Índice de Preços para o Consumidor Amplo. Todos os meses, o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE) faz o cálculo a partir de uma pesquisa em território nacional. São observados preços de 430 mil produtos em 30 mil locais de venda. A comparação com os meses anteriores ajuda a entender o percentual de variação naquele período.
O IPCA é considerado o indicador oficial da inflação no país. Ele revela o impacto no custo de itens do dia a dia, como os alimentos da cesta básica.
Por sua vez, o IGP-M corresponde ao Índice Geral de Preços – Mercado. Esse indicador monitora oscilações não só nos bens de consumo, mas também no custo de matérias-primas agrícolas e industriais.
O cálculo mensal é realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele leva em conta os preços praticados no varejo e em setores como educação, habitação e construção civil.
Muita gente conhece o IGP-M como “inflação do aluguel”. Isso acontece porque o índice funciona como referência para o reajuste dos contratos de locação. Mas ele também baliza outros serviços essenciais, como energia elétrica.
Embora haja diferenças entre taxa Selic, IPCA e IGP-M, no fim das contas o que importa é o peso da inflação no seu bolso. Por isso, enquanto o Copom tenta controlar os rumos da economia, resta a você controlar o orçamento de casa. O planejamento financeiro vai lhe ajudar a enfrentar qualquer crise. Confira as dicas:
Antes de adquirir um produto ou serviço, pergunte-se: por que eu quero isso? Preciso desse item para viver melhor? Tenho dinheiro para pagar?
Um pouquinho de reflexão evita as famigeradas compras por impulso. Além disso, sempre é bom pesquisar preços com calma para encontrar as melhores ofertas. Vai que role uma promoção daqui a algumas semanas, né?
Essa ferramenta serve para contabilizar todas as despesas de cada mês. Dessa forma, fica mais fácil monitorar os gastos.
Você vai perceber exatamente para onde está indo a sua grana. A partir daí, é possível ajustar o padrão de vida conforme as necessidades do momento. Que tal cortar algum supérfluo? Ou, pelo menos, adotar medidas para reduzir o consumo de serviços básicos, como água e energia?
Gaste menos do que você arrecada. Essa é a regra de ouro do orçamento doméstico.
Com o dinheiro que sobrar, você pode montar uma reserva de emergência. Outra dica é investir em aplicações variadas.
Lembre-se de escolher opções que rendam acima da inflação. Existem fundos indexados à taxa Selic, ao IPCA e ao IGP-M, por exemplo. Cada um deles entregará juros diferentes, de acordo com o cenário econômico do país.
Quer saber mais sobre finanças e investimentos? Continue de olho no blog da Cresol. Em breve, voltaremos com novidades. Até lá!