GERAL
Simepar e Iapar iniciam o Alerta Geada
16 de maio de 2017
Entra em operação nesta terça-feira (16) o serviço Alerta Geada, mantido pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e pelo Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) até o final do inverno. As previsões podem ser acessadas em ícone específico nas páginas www.iapar.br e www.simepar.br bem como pelo telefone (43) 3391-4500 ao custo de uma ligação para aparelho fixo.
O principal objetivo do Alerta Geada é auxiliar produtores rurais na prevenção e redução de perdas agrícolas. Os avisos são amplamente difundidos por uma rede formada por órgãos públicos estaduais, prefeituras municipais, cooperativas, associações rurais, técnicos e profissionais de agronomia, veículos de comunicação, estabelecimentos educacionais e comunitários. Desde que foi lançado há 23 anos, o serviço destaca-se pelo alto grau de confiabilidade, pois nunca ocorreu erro na detecção desse tipo de evento.
FUNCIONAMENTO Segundo o meteorologista do Simepar Cezar Duquia, o risco de geada configura-se com a aproximação de massas de ar frio com céu de brigadeiro. O fenômeno costuma ocorrer no Centro Sul, Planalto Central e na parte da Região Metropolitana de Curitiba, conhecida como Planalto Leste. As condições do tempo são monitoradas com base em dados de temperaturas, pressão atmosférica, ventos e umidade do ar desde a superfície até aproximadamente 15.000 metros de altura. Também são observadas as imagens provenientes de satélites. É analisado um campo meteorológico em ampla escala, com dados nacionais e internacionais integrados em uma rede. As previsões são reavaliadas duas vezes ao dia. Um mapa de probabilidade classifica a geada como fraca, moderada ou forte.
Uma vez emitida a previsão do Simepar, a equipe de agrometeorologistas do Iapar interpreta as informações e dispara os alertas por e-mail, mensagens de texto, imprensa e redes sociais. Se as condições para formação de geada persistem, um aviso de ratificação é enviado até 24 horas antes da ocorrência prevista. Os prognósticos deste ano indicam normalidade com El Niño fraco em julho e agosto, quando aumenta um pouco a probabilidade de geada, explica Duquia. Em 2016 foram emitidos dois alertas.
RECOMENDAÇÕES O Estado tem cerca de 50 mil hectares de lavouras de café as mais vulneráveis à geada. A maioria é cultivada por pequenos produtores familiares e tem em média 10 hectares. A estimativa de produção para 2017 está em torno de 1,3 milhão de sacas beneficiadas. Considerada a relação custo-benefício, as medidas de proteção valem a pena, afirma o economista do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura do Paraná, Paulo Sérgio Franzini.
Segundo a meteorologista Ângela Beatriz Costa, para lavouras cafeeiras com idade entre seis e 24 meses, é recomendável amontoar terra até o primeiro par de folhas no tronco das árvores imediatamente, protegendo as gemas e evitando a morte da planta em caso de geada severa. Conhecida como chegamento de terra, a proteção deve ser mantida até o final do período frio em meados de setembro e então retirada preferencialmente com as mãos. Nos plantios com até seis meses de idade, a recomendação é enterrar as mudas. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica. A proteção das lavouras novas e viveiros deve ser rapidamente removida logo que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada.
Outros setores da economia também são beneficiados pelo Alerta Geada, como produção de hortaliças, comércio de vestuário, construção civil e turismo.
Interessados em receber as mensagens do Alerta Geada por e-mail ou SMS devem cadastrar-se em www.iapar.br.