.Eu quero conhecer essa criança, conversar com ela e deixá-la feliz.
Mas o que motivou Kevin a ter essa decisão? De acordo com sua mãe, Adriana Marcondes, quando ele tinha cinco anos de idade, a família assistiu um filme onde o personagem principal lutava contra leucemia. O Kevin perguntou porque o menino estava careca e expliquei a ele sobre a doença, o tratamento e a queda do cabelo. Segundo Adriana, a partir de então a criança pediu para deixar o cabelo crescer. Deixei um pouco, mas cortei porque na escola os meus amigos gozavam de mim, me chamavam de menininha, conta. Porém, segundo o pai Leandro Marcondes, o desejo de ajudar o próximo falou mais alto e Kevin voltou a deixar o cabelo crescer. Faz mais de três anos que ele está sem cortar, mesmo sofrendo bullyng na escola e em outros lugares. Além dos amigos, ele sofreu bullyng por parte de professora da escola e da catequese, disse Adriana. Eu jogo num time de futebol e meus amigos ainda tiram sarro porque tenho o cabelo comprido, diz o menino. Cada vez que ele chega em casa e nos conta o que falam pra ele nós conversamos e o incentivamos a não se incomodar e realizar o seu desejo, diz Leandro. Se fora de casa, Kevin enfrenta o preconceito, na família apoio é o que não falta. Meu neto é uma criança especial, muito sensível com os problemas dos outros. Ele é muito emotivo e encontra forças na fé que tem na Mãezinha do Céu, Nossa Senhora. Ele reza, canta louvor e vai sempre até o Santuário em Aparecida do Norte, com minha filha que organiza excursões, diz Isabel Marcondes, avó paterna de Kevin. Ele possui uma sensibilidade e um senso solidário impressionante, diz Adriana que é mãe de quatro filhos. Kevin é o caçula. Tem um coração puro. É lindo por dentro e por fora, diz a avó. Tão logo ele encontre uma criança que esteja passando por tratamento oncológico, precise de uma peruca e encontre alguém que se proponha a fazê-la, Kevin cortará o cabelo. Quero fica uns dois ou três meses com o cabelo curto e depois deixar crescer para fazer mais crianças felizes. Quando crescer? Eu quero ser pediatra, diz, antes de sair correndo para brincar na rua onde mora, no Jardim Califórnia, em Guarapuava. [caption id="attachment_6769" align="aligncenter" width="800"] (Foto: RSN)[/caption] [caption id="attachment_6770" align="aligncenter" width="600"] (Foto: RSN)[/caption] [caption id="attachment_6771" align="aligncenter" width="600"] (Foto: RSN)[/caption]