GERAL
Um ano após acidente, Chapecoense ainda luta pela reconstrução
28 de novembro de 2017
Madrugada do dia 29 de novembro de 2016. À 01h15, por falta de combustível, o voo da LaMia caía na montanha de Cerro Gordo, no município de La Unión, a 50 km de Medellín, na Colômbia, causando a morte de 71 pessoas. Dentre as vítimas fatais estavam 42 profissionais da Chapecoense: 19 jogadores, 14 integrantes da comissão técnica e nove dirigentes.
A fatalidade fez com que a Chapecoense tivesse que passar por um processo de reconstrução inimaginável, de proporções jamais vistas no mundo da bola. E, além das perdas, os que ficaram para dar prosseguimento ao dia a dia do clube precisam lidar com o forte abalo emocional. Quase um ano depois, sobreviventes e principais atores envolvidos no renascimento da equipe falam das dificuldades, dos desafios e da saudade daqueles que se foram. A presença na Série A de 2018 é considerada uma grande homenagem às vítimas da tragédia, pois elas foram peças fundamentais para a consolidação dos catarinenses no cenário brasileiro e sul-americano.
A situação incomum tem sido um dos principais entraves neste período após o acidente. Processo de reconstrução é sempre uma coisa difícil, principalmente em razão de tudo que aconteceu. A gente tem as lembranças muito vivas e, às vezes, vem o abatimento. Mas a reconstrução está sendo feita com o apoio de todos, com o apoio de uma cidade inteira, que abraçou o time com o coração e com a alma, conta o presidente Plínio David de Nes Filho, o Maninho.
O diretor executivo Rui Costa ressalta também as dificuldades em ter que se montar um time inteiro e competir contra equipes formadas há mais tempo. É um processo difícil, por tudo que representou esse desafio para todos nós. À medida que vai se aproximando a data, que é uma data que jamais será esquecida, também tem peso. Dentro de campo, o mais difícil é você competir em igualdade com times que estão montados há mais tempo, com trabalhos de dois, três anos. Nós partimos praticamente do zero, declara.
A presença dos jogadores sobreviventes nesse processo de remontagem do elenco, segundo o dirigente, tem sido primordial. Contamos com um apoio muito grande do Alan Ruschel, do Follmann e do Neto, que são três indivíduos que nos inspiram todos os dias. Eu sempre digo o seguinte: se a gente acha que está ruim, olha para eles e a gente busca a força que eles nos dão, afirma Costa.
O lateral Alan Ruschel fala do ano difícil, da saudade dos que se foram e da felicidade por volta a jogar. Tem sido um ano importante para mim, difícil, mas de extrema importância, porque sobrevivi a um acidente e consegui voltar a jogar. Claro que, às vezes, a saudade bate, aperta, mas estou feliz com este momento que eu estou vivendo. Consegui superar até mesmo as marcas do ano passado, quando tive muitas lesões e fiz poucos jogos, conclui.
Responsáveis. O diretor de futebol do clube, Maringá, afirma que a luta continua para punir os verdadeiros culpados pela tragédia e seguir buscando os direitos das famílias. A Chapecoense continua, junto com os familiares, lutando para punir os verdadeiros culpados, que são os donos do avião. O pessoal incorreu no erro de derrubar o avião por falta de gasolina. A Chapecoense vai processar esse pessoal e vai tentar deixar os familiares em uma condição boa, para que eles possam criar os seus filhos e ter um futuro tranquilo pela frente, declara Maringá.
Cerimônia marca aniversário da tragédia
De forma antecipada, a Chapecoense realizou, no último dia 11 de novembro, cerimônias para homenagear as vítimas do acidente aéreo com o voo da LaMia, no dia 29 de novembro do ano passado. Com 67 das 68 famílias dos brasileiros presentes, o evento foi privado, sem a presença da imprensa e do público em geral.
Na primeira solenidade, no Centro de Eventos de Chapecó, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, condecorou todos os familiares e o zagueiro Neto com a medalha do mérito desportivo, de acordo com o decreto assinado pelo presidente Michel Temer, no dia 2 de dezembro do ano passado. Os outros três sobreviventes brasileiros, Alan Ruschel, Jackson Folmann e Rafael Henzel, não puderam comparecer por conta de outros compromissos.
É uma homenagem concedida aos heróis do povo brasileiro no esporte. Concedemos apenas aos integrantes da Chapecoense que infelizmente foram vitimados no acidente e aos campeões olímpicos de 2016. Não podíamos deixar de fazer. O povo brasileiro se sensibilizou profundamente com o triste acidente, disse Picciani.
https://youtu.be/RZW9vmiGB64