Relembre o caso
Fuentes procurou o hospital no dia seguinte ao parto, que ocorreu em 6 de maio, e reclamou de dores abdominais e sangramento. Aos médicos ela disse que tinha sofrido um aborto espontâneo em casa e que estava grávida de quatro ou cinco meses. No entanto, foi constatado que a gestação estava em estágio avançado e, após muita insistência, ela pediu para o companheiro buscar o corpo da criança, que foi levado ao hospital enrolado em uma toalha e dentro de uma caixa de sapato, conforme a decisão da Justiça que determinou a prisão do casal. Henrique disse à polícia que não tinha conhecimento da gravidez. No entanto, a Justiça entendeu que, conforme conhecimento comum no meio médico, é difícil realizar um parto sozinho. Além disso, após o nascimento da criança, nenhum dos dois foi em busca de socorro médico, ainda de acordo com a Justiça.O outro lado
O advogado Walter Bittar disse que a decisão confirma os argumentos da defesa de que não há motivos para a prisão de Henrique Medina Sanches. Bittar também afirmou que o cliente dele é inocente e que isso será demonstrado no processo, que, segundo ele, tem irregularidades. "O processo está eivado de inúmeras irregularidades, a começar pelo laudo pericial que atestou o nascimento com poucos minutos de vida quando, na verdade, a forma de realização do exame não obedeceu aos rigores técnicos do caso", informa a nota da defesa. O advogado Douglas Maranhão, que defende Natalia Fuentes Leonel, disse que vai se manifestar apenas no processo.