GERAL
Polícia apura caso de mulher que torturou amante do marido
27 de janeiro de 2018
Uma jovem de 18 anos teria sido torturada por uma mulher de 50 em novembro do ano passado em Joinville. Segundo a delegada Georgia Marrianny Gonçalves Bastos, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), a jovem procurou a delegacia informando que a mulher a ameaçou e agrediu com um revólver de calibre 38. A jovem é vizinha da suposta agressora e manteria um relacionamento extraconjugal com o marido dela.
- A mulher descobriu essa relação extraconjugal e marcou um encontro com a jovem. Os filhos da senhora também foram. Eles pegaram essa menina e levaram para dentro de casa, a mantiveram algum tempo em cárcere privado e agrediram-na - conta a delegada.
A jovem também teve o cabelo cortado e raspado pelo grupo, além de lesões na orelha, rosto e olho. Após a agressão, a mulher e os filhos pegaram o celular da vítima para marcar um encontro com o suposto amante. No local combinado, o homem também teria sido agredido, mas conseguiu fugir. A jovem só foi libertada pelo grupo algumas horas depois. Ela procurou a DPCAMI para registrar boletim de ocorrência informando que, além da agressão, a família poderia possuir armas de fogo.
- Nós tipificamos (o crime) como tortura, em função da exigência da confissão (de que ela tinha um caso extraconjugal) aliada às agressões físicas e psicológicas - afirma.
Depois da investigação, a delegada solicitou o mandado de prisão preventiva e busca e apreensão nos lugares indicados pela vítima. Na casa do grupo, em um bairro da zona Sul de Joinville, não foi localizado armamento. Entretanto, em um sítio da família em Guaratuba/PR, policiais civis encontraram armas, inclusive o coldre do revólver 38 que teria sido utilizado para ameaçar a vítima.
- Não foi feito o flagrante porque até é uma situação atípica, já que os objetos foram encontrados em outro Estado e não estavam na posse do autor. Mas agora eles terão que prestar depoimento novamente - explica Georgia.
No primeiro depoimento, os suspeitos negaram ter torturado a jovem e informaram que ela teria inventado a história. Além do crime de tortura, a família também poderá responder por porte ilegal de arma de fogo.