O Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, informou ao G1, na manhã desta terça-feira (24), que demitiu a funcionária que cortou com tesoura o dedo da mão do bebê Kauan Mateus. A situação foi em 12 de dezembro de 2016. À época, com 11 meses, ele estava internado para tratar uma doença no coração.
A mãe da vítima, Jaqueciane Moraes, de 18 anos, contou que a ex-colaboradora cortou o mindinho do filho enquanto tirava um cateter.
Ela relatou ainda que viu tudo e que isso é um trauma para a família. Hoje, ela diz estar um pouco mais calma porque recebeu a ajuda de psicólogos.
Jaqueciane diz que a responsável pelo corte era uma enfermeira. O hospital preferiu não informar qual cargo a ex-funcionária tinha. Porém, reconhece que ela foi a "causa raiz" do incidente.
A instituição reforçou ainda que é esse é o primeiro caso em 97 anos e disse, também, que revisou todos os protocolos, que implantou novas ações e que instituiu novas barreiras para que a situação não volte a se repetir.
Quanto à indenização, o Pequeno Príncipe informou que o serviço de advocacia faz contatos frequentes com o advogado da família e que a negociação ainda está em curso. A instituição afirma que não pode citar valores porque as conversas ocorrem em sigilo e que não há prazo para que elas terminem.
O Pequeno Príncipe explica que o menino continua sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar do hospital, que inclui médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais.
De acordo com a instituição, a criança deve continuar indo à instituição para tratar o problema do coração com um cardiologista e também para que um ortopedista acompanhe a cicatrização do dedo.
Em entrevista ao G1, nesta terça-feira, Jaqueciane disse que ainda não sabia da demissão.
"Eu acho justo. Também espero que ela não possa mais exercer a profissão em outros lugares", afirmou.
A jovem conta que o filho está bem e confirmou que o advogado e o setor jurídico do Hospital Pequeno Príncipe mantêm contato.
Entenda o caso
No dia 12 de dezembro, Kauan foi levado ao Hospital Pequeno Príncipe para que pudesse tratar um problema cardíaco, a Síndrome de Wolff-Parkinson-White. No dia em que chegou à capital, o bebê ainda não tinha completado um ano.
Antes, a criança já estava internada havia dias em um hospital do interior. Segundo a mãe, o estado de saúde do filho é delicado, o que a impede até mesmo de trabalhar. "Ele foi para a capital para trocar o seu medicamento. Estava com 300 batimentos por minuto", lembra.
Segundo Jaqueciane, o filho teve o dedo cortado no mesmo dia em que chegou ao hospital.
"Ele estava com o cateter e a enfermeira foi tirar com a mão. Acho que ela ficou com preguiça e usou uma tesoura. Aí, acabou pegando o dedinho. Eu estava junto, vi tudo, outros pacientes viram", lembrou.
Jaqueciane conta ainda que, logo depois do ocorrido, procurou a profissional para conversar e que não a encontrou mais. À época, o hospital afastou temporariamente a funcionária e informou que apuraria o caso em 30 dias.
No dia 20 de janeiro, o menino teve alta e retornou para São Mateus do Sul para continuar o tratamento em casa.
[caption id="attachment_803" align="alignnone" width="225"] Bebê teve dedo cortado no dia em que chegou ao hospital em Curitiba (Foto: Jaqueciane Moraes/ Arquivo pessoal)[/caption]