O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (25) uma ordem executiva para iniciar a construção de um muro na fronteira com o México, uma das principais e mais polêmicas promessas de campanha do republicano.
Trump também assinou uma ordem executiva para bloquear fundos federais para as chamadas "cidades-santuário", que protegem imigrantes sem documentos da deportação.
Os fundos federais serão abolidos para cidades que se recusem a fornecer informações às autoridades federais sobre o status de imigração de pessoas detidas nessas localidades, entre as quais estão Chicago, Nova York e Los Angeles.
Após assinar as ordens, Trump discursou a uma plateia de funcionários do Departamento de Segurança Interna e deu mais detalhes. Segundo ele, os textos ordenam:
- Construção imediata de um muro na fronteira
- Fim da politica de prender e soltar na fronteira e requer que outros países aceitem os imigrantes de volta
- Repressão às cidades-santuário
- Mais poder aos patrulheiros para mirar e retirar aqueles que apresentam uma ameaça à segurança nacional
- Contratação de mais 5 mil patrulheiros de fronteira (triplicando o número de funcionários)
- Criação de um escritório dedicado a apoiar vítimas do crime de imigração ilegal
Reação do México
O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, lamentou o decreto para a construção de um muro e prometeu defender os imigrantes mexicanos nos EUA. "Lamento e reprovo a decisão dos Estados Unidos de continuar com a construção de um muro que há anos, distante de nos unir, nos divide", disse em vídeo publicado no Twitter.
Primeiras ações
Nas primeiras horas à frente da Casa Branca, Trump, que tomou posse no último dia 20, assinou uma ordem executiva para enfraquecer o Obamacare, o programa de saúde dos EUA aprovado durante o governo de seu antecessor, Barack Obama.
Nesta segunda-feira (23), assinou outra ordem executiva para iniciar a saída do país do Tratado de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), assinado por 12 países. Durante a campanha, Trump denunciou com veemência o que chamou de acordo "terrível", que "viola", segundo ele, os interesses dos trabalhadores norte-americanos.
Neste terça, Trump aprovou os projetos de dois polêmicos oleodutos, o extenso oleoduto Keystone XL, que transportará petróleo do Canadá até as refinarias nos Estados Unidos, e outro que atravessará um território indígena em Dakota do Norte.