LUTO

Morre o bispo dom Walter Ebejer, da Diocese de União da Vitória aos 91 anos

11 de junho de 2021

O religioso, natural da ilha de Malta, dedicou praticamente a vida toda à igreja Católica. Em entrevista à repórter Mariana Honesk,o em agosto de 2019, ele contou um pouco mais de sua vida, infância, adolescência e o chamado sacerdotal. “Eu ouvia o chamado. Tentava tirar da cabeça. Mas eu ouvia uma voz que dizia: ‘você vai ser padre’. Não era uma voz humana, mas eu ouvia tão forte que nem estudar eu conseguia. Quando depois eu encontrei um seminarista, já falecido, disse que eu tinha qualidades para ser padre. Mas eu? A vocação era tão forte, não sei de quem era, eu ouvia. Era o meu chamado”.

Walter Michael Ebejer cresceu, escapuliu das meninas, fugiu dos convites para os bailes e jamais tropeçou. Em casa, recebeu apoio da família: da mãe, professora de Matemática; do pai, diretor de escola e dos outros seis irmãos, todos intelectuais e com uma vida religiosa ampla. Depois da formação sacerdotal, Dom Walter recebeu o Brasil como missão. “Não sou casado, então, Malta é minha mãe e o Brasil, minha esposa”, definiu na entrevista, como poeta. Na sua última viagem para a terra natal, em agosto de 2018, ele se despediu do arquipélago, da sua cidade, de tudo o que viveu por lá. “Temos templos lá de muito antes de Cristo. E não um: uma dúzia. É uma espécie de ilha sagrada. Fui com o padre Silvano (pároco da Catedral). Levei ele lá, mostrei o que temos”, contou.

Dom Walter foi cofundador da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), autor de várias obras (inclusive em inglês) e foi nomeado bispo no dia da instalação da diocese de União da Vitória. Neste ano, o religioso completaria 74 anos de profissão religiosa.

Ao olhar para trás, o religioso garante que viveu plenamente. Sem arrependimentos, afirmou para a jornalista, ter feito tudo o que foi possível. “Eu era danado. Trepava em árvores, me machucava, brigava com as outras crianças e já resolvia. Coisas normais. Vivi uma vida muito alegre. Ia atrás de bola. Andava muito de patins. Gostava demais. Eu ficava com os patins o dia todo. Só tirava para ir à missa e já colava de volta. Almoçava com os patins. Tomava café com eles. Não só isso: eu subia degraus de uns 17 centímetros com os patins. Subia e descia, sem me segurar. Nunca cai”, risos. “Eu gostava de tomar riscos. Arrisquei muito na vida”, citou na entrevista para repórter, Walter Michael Ebejer.

Informações sobre o velório e sepultamento, que deve ser na Igreja Catedral Sagrado Coração de Jesus de União da Vitória, ainda não teve divulgação de horários. De acordo com a Diocese, tudo deverá seguir as restrições e recomendações sanitárias relacionadas à pandemia da Covid-19.

Da redação Cultura Sul com informações do Canal 4 TV Web

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