GERAL

PIB cresce 1% após dois anos de queda, mas futuro é de incerteza

01 de junho de 2017
Anunciado em meio a uma crise política, quando as incertezas sobre o país se multiplicam, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) soa como uma rara boa notícia. Segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, o indicador subiu 1% no primeiro trimestre deste ano ante o último trimestre de 2016, após dois anos consecutivos de queda. No entanto, é difícil saber se os próximos resultados seguirão nessa linha. Para economistas entrevistados pela BBC Brasil, as delações dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, que colocaram a governabilidade do presidente Michel Temer em dúvida, representam uma ruptura das expectativas mais otimistas sobre a economia. Divididos entre aqueles que acreditavam na importância das reformas para uma retomada e os que não viam sinais de recuperação, os especialistas ouvidos concordam em uma questão: a indefinição política torna as previsões econômicas ainda mais nebulosas. Brasil supera apenas Venezuela e Mongólia em ranking de competitividade Abaixo, a BBC Brasil explica o que levou ao crescimento do PIB e discute como o escândalo da JBS pode afetar o indicador daqui para frente. Por que o PIB cresceu? O PIB, um dos principais indicadores de uma economia, pode ser calculado pela ótica da oferta ou pela ótica de demanda. Ou seja, pelo cálculo do que se produz ou do que se consome no país. Na primeira alternativa, o IBGE soma a produção gerada por agropecuária, indústria e serviços. No dado divulgado nesta quinta-feira, a agricultura teve o melhor desempenho, com alta de 13,4%, puxando o número para cima. A indústria cresceu 0,9% e os serviços ficaram no mesmo patamar do último trimestre. De acordo com o professor do Instituto de Economia da Unicamp Francisco Lopreato, a safra recorde de grãos registrada no começo do ano é o "único grande fator" que explica a melhora do cenário. "O que é inquestionável é o número da agricultura. Deu uma supersafra, o preço internacional estava bom, o clima colaborou, mas é uma pena que seja só isso." Outro ponto que poderia ter influenciado o resultado, dizem os professores consultados, é uma revisão dos dados de comércio e serviços em janeiro. A mudança metodológica fez as vendas no varejo passarem de queda de 0,7% a crescimento de 5,5%, o que teria colaborado para o bom número nos primeiros meses do ano.
PB Agência Web