GERAL
Cuba suspende envio de 710 médicos ao Brasil
16 de abril de 2017
A decisão de Cuba, comunicada dia 12 de abril ao Ministério da Saúde, é reflexo do descontentamento com a recusa de médicos em voltar para Cuba após os três anos de contrato.
Até hoje, 88 profissionais já recorreram à Justiça para permanecer no Brasil e garantir o direito de continuar no programa do governo federal.
Cuba argumenta que a permanência dos profissionais no Brasil não estaria em conformidade com o acordo de cooperação firmado. Diante desse impasse, o Brasil deve enviar uma comitiva ao país para discutir o assunto nas próximas semanas.
O maior receio do governo cubano é de que um novo grupo de médicos resista em voltar para o país quando chamado de volta e que isso acabe afetando também o comportamento de profissionais que já estão atuando em outros países.
Além do Brasil, Cuba tem outros acordos baseados no envio de profissionais de saúde. Esse tipo de cooperação é também uma forma de renda para ilha. No trato firmado entre Brasil e Cuba, parte dos salários dos médicos é paga diretamente para o governo cubano.
A vinda de médicos cubanos para trabalhar no Brasil ocorre graças a um acordo firmado entre os governos brasileiro e cubano e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Questionada sobre a suspensão do envio de profissionais, a entidade informou haver interesse de manter o acordo com o Brasil. Para o organismo, a reunião a ser realizada nas próximas semanas será fundamental para dirimir os problemas identificados até o momento, sobretudo relacionados às ações judiciais.