GERAL
Após ataque, franceses vão às urnas em 1º turno de eleição presidencial imprevisível
23 de abril de 2017
Com medidas de segurança reforçadas, os franceses vão às urnas neste domingo (23) para escolher o presidente que vai suceder o socialista François Hollande. A disputa aumentou nas últimas semanas e as pesquisas mostram que, apesar de o centrista Emmanuel Macron aparecer na liderança, quatro candidatos têm chances de ir ao 2º turno.
Outra dúvida que pesa sobre o primeiro turno da eleição é se o ataque na Avenida Champs Élysées, que deixou um policial morto e dois feridos, na quinta-feira (20), terá algum impacto na votação, que já era apontada como a mais imprevisível dos últimos 50 anos. Mais de um terço dos eleitores franceses se dizem indecisos e, com isso, o nível de abstenção deve ser alto (em torno de 30%).
Embora Macron siga favorito a vencer o primeiro turno, a candidatura dele e da sua principal rival, a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, perderam fôlego às vésperas do pleito, segundo pesquisa Cevipof divulgada pelo jornal "Le Monde" na quarta-feira (19).
Por outro lado, a ascensão na última etapa da campanha do candidato da extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon, e do conservador François Fillon faz com que os quatro candidatos tenham chances de ir ao 2º turno, que acontece em 7 de maio.
O ataque na avenida mais famosa da capital francesa colocou a segurança nacional no topo da agenda. Candidatos com pontos de vista mais duros sobre segurança e imigração, como Len Pen e Fillon, podem ganhar um impulso maior entre alguns grupos de eleitores.
Após o ataque, o governo afirmou que houve a mobilização das forças de segurança, incluindo unidades de elite, para apoiar os 50 mil agentes e 7 mil militares destinados a garantir a tranquilidade dos cidadãos durante a eleição. Dois dias antes do tiroteio em Champs Elysées, a polícia prendeu em Marselha, sul da França, dois homens suspeitos de planejar um atentado.
A União Europeia acompanha com atenção a eleição na França neste momento em que o Reino Unido dá início à saída do bloco. Os europeus observam o desempenho dos candidatos da extrema direita e da esquerda que fazem críticas à UE e propõem mesmo a realização de um plebiscito para decidir sobre a permanência da França no bloco que ela fundou ao lado da Alemanha.